segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tio Esse texto é em sua memória...Nunca vou esquecer nossos momentes de alegrias...
Saudades Eterna...

UMA CRÔNICA PARA VOCÊ.

Pensava saber escrever. Dominar o nosso idioma, vasto, vivo e em eterna transformação. Pensava lhe escrever uma crônica para lhe dizer amenidades, expor meus pensamentos de uma forma concisa e clara. Usar o vernáculo, que sei velho companheiro seu e meu, para dizer o que não quer calar e descobri que nada sei. Ao debruçar sobre a mesa munido de papel e caneta, velhos conhecidos, cúmplices de meus interlúdios e amigos queridos de minhas horas de solidão, visualizei o seu sorriso lindo, mágico, e pensei:

_ “Ela é fascinante e eu tenho de lhe dizer!”.

Pensei inicialmente em usar o telefone. Seria fácil conseguir o seu número... Muito impessoal. Poderia até lhe constranger... Talvez ficasse mudo ao ouvir a sua voz... Então, lembrei do papel e caneta e sorri...

“Com papel e caneta, companheiros que nunca me faltaram e de quem sempre me vali, vou colocar minha alma no papel. Sempre obedientes. Que se encaixam, completam e me completam... Papel e caneta... Simples assim...”.

Lembrei-me dos seus olhos doces, eternamente risonhos, guardando segredos da alma e que se estreitam quando sorri... A boca perfeita e simétrica, e carnuda... Convite, promessa... Sonho! E tremi... Um arrepio elétrico que percorreu o meu corpo em ondas contínuas enregelando desde as pontas dos pés ao alto de minha nuca... Foi quando descobri que nada sei de crônicas. Era tão simples o que eu queria dizer e as palavras teimavam em não sair...

Quiçá fosse eu, um Drummond, um Machado ou Camilo. Dickens ou Sabino para as palavras não me faltarem e o medo do fracasso e a certeza de que nada sei não atrapalhassem esse meu pequeno colóquio, tão pequeno e que se faz tão difícil...

Fechei os olhos, me concentrei e pensei em meus amigos que fazem Letras, buscando inspiração. Para eles o meu grande problema seria nada; “tirariam de letra”. Então pensei:

_ “Sou letrado! É uma simples questão de Gramática, concordância e verbo. Algumas figuras de retórica, adjetivos para enfeitar e sinônimos e antônimos, para comparar. Talvez alguns superlativos, poucos para não exagerar...”.

“Em meu delírio estou em um salão, repleto de personalidades do meio cultural e educacional, sendo ovacionado pela defesa de minha Tese de Mestrado. Ouço o som das palmas, que atestam a qualidade do meu raciocínio empírico e o dom de orador... Ao longe a sineta me desperta... Sonhara!”.

Uma moça letrada e de poucas letras no nome, causa e conseqüência de minha falta de inspiração. Uma moça tão especial que me impressionou... Será isto medo? Mas resta-me um consolo: seu nome... Hei de repetir até gastar...
E eu, inepto, só queria dizer:

_ Muito prazer!!!!!!!



A. SQUILLARE.